sábado, 14 de fevereiro de 2009

Chamar as coisas pelo nome

Conheci o Nuno num café, que eu frequentava uma ou duas vezes por semana. Cada vez que eu lá ía, lá estava ele a olhar fixamente para mim. Ele era giro, corpo impecável. Olhos verdes bem penetrantes.
Um dia meteu conversa e perguntou se podia sentar-se à minha mesa. Palavra puxa palavra, e trocámos números de telemóvel. Ficámos de combinar beber um copo. No dia da combinação, deu uma desculpa que me pareceu plausível e cortou-se. À segunda combinação, desculpou-se outra vez e eu disse-lhe para ir brincar com a pilinha dele. Mil desculpas depois, ficámos outra vez de nos encontrarmos e mais uma vez cortou-se com uma desculpa esfarrapada, por sms. Mandei-lhe uma sms de volta a dizer que parecia-me que tinha mais ele a perder que eu, "uma vez que ele não parecia valer um cú".
Apesar de giro, deixava muito a desejar na inteligência, e pouca ou nenhuma conversa interessante tinha. Não fazia, de todo, o meu género, mas para dar umas voltinhas...
Não chegou a responder.
Passado um tempo, fui ao tal café e lá estava ele, de novo a olhar para mim. Ignorei, bebi o café rápido, e saí.
Hoje voltei a cruzar-me com ele. Ele olhou, e eu olhei de volta. Ele aproximou-se e eu, antes de dizer alguma coisa que fosse, cheguei a minha boca perto do ouvido dele e disse:
- És mesmo burro... podias me ter dado uma trancada e nunca mais voltar a ver a minha cara. E perdeste a oportunidade.
Voltei costas e saí do café.

6 comentários:

vb disse...

A excitação do Nuno poderá estar mais no sentir que pode, na possibilidade da conquista do que propriamente na trancada.
Eventualmente poderá existir algo que o esteja a bloquear, uma outra pessoa, um sentimento de culpa,...
Bom, são apenas os palpites de um leigo :)

Geisha disse...

Quando escrevi este post sabia que não devia tê-lo encurtado tanto... mas eram cinco da manhã, e eu estava bêbada, e com alguma dificuldade em lidar com o teclado.
Facto é que, entre as primeiras sms e este último contacto que tive com o Nuno, deram-se muitos encontros não combinados no tal café q ambos frequentávamos. E sendo eu uma excelente analista de "body language", que sou, posso garantir q a trancada era a intenção. Acho é q ele acobardou-se, pq achou q para essa trancada se realizar, provavelmente teria de pagar caro, com exigências de compromisso, atenção, presença, lealdade - enfim, uma relação.
Quando eu lhe disse o que lhe disse era para lhe mostrar que estava errado, pq na verdade se a trancada de facto tivesse acontecido, eu teria no dia seguinte rezado a todos os santinhos para que o Nuno nunca mais me procurasse, pois não tem absolutamente nada a ver comigo. Atrai-me fisicamente, mas se abre a boca estraga tudo. Portanto, para que alguma coisa acontecesse entre mim e ele, ele teria de ter a boca calada. Ou ocupada, q seria melhor.

Geisha disse...

Ah, e bem vindo VB! Obrigado pela visita!

Alexandre disse...

trancada... há muito tempo que não ouvia esse termo.. risos.

Geisha disse...

Oh... há tantos termos...
Achei q se lhe dissesse "foda" ía soar demasiado rasca.

Cúmplice... disse...

Há coisas que só acontecem uma vez na vida...
Passou não volta...

Pode até voltar, mas... Não é mais o mesmo...

Gostei de encontrar este Blog...

Beijinho... :)